quarta-feira, 26 de novembro de 2008

IX Confer ncia – Distinç o entre atos ilocucionários e perlocucionários

Quest es de trabalho
1.O que cria maior dificuldade na distinç o entre ilocuç es e perlocuç es?
Temos que separar a aç o que fazemos de sua conseqü ncia. Em geral, se a aç o n o consiste em dizer algo, mas trata-se de uma aç o "física" n o convencional, a quest o complica-se. Austin prop e deixar de lado a noç o de ato físico mínimo, n o teríamos qualquer tipo de designaç o para distinguir atos físicos de suas conseqü ncias.

2.Que ajuda podemos receber da natureza especial dos atos de dizer em contraste com aç es físicas?
Quaisquer que sejam as conseqü ncias naturais e imediatas de um ato de dizer, estas n o s o normalmente outros atos de dizer. Temos aqui uma espécie de ruptura natural da cadeia.

3. Por que n o há um divórcio completo entre aç es "físicas" e atos de dizer algo?
Para realizar um ato ilocucionário é necessário realizar um ato locucionário, por exemplo, agradecer é dizer certas palavras. E dizer certas palavras é necessariamente fazer certos movimentos com os órg os vocais.

4.Pode-se dizer que o ato ilocucionário é uma conseqü ncia do ato locucionário?
Austin preocupa-se em esclarecer que nem mesmo os atos "fáticos" e "réticos" s o conseqü ncia dos atos fonéticos. O que ele introduziu pela nomenclatura da ilocuç o é uma refer ncia, n o s conseqü ncias da locuç o, e sim uma refer ncia s convenç es da força ilocucionária relacionadas com as circunstâncias especiais da ocasi o em que o proferimento é emitido.

5.Como explicar que o ato ilocucionário está relacionado com a produç o de efeitos em certos sentidos?
Se n o alcançar determinado efeito, o ato ilocucionário n o terá sido bem sucedido. A realizaç o de um ato ilocucionário envolve assegurar uma apreens o. Por ex.: n o se pode dizer que Austin preveniu o auditório a menos que este escute o que ele diz e tome isso em um determinado sentido.

6. Que distinç o Austin estabelece entre "tem efeito" de "produzir conseqü ncias"?
Ao dizer :"Batizo este navio com o nome de Queen Elizabeth" tem o efeito de batizar ou dar nome; se certos atos, tais como referir-se ao barco como generalíssimo Stalin, ser o sem cabimento.

7. Por que muitos atos ilocucionários levam a uma resposta ou seqüela que pode ter uma ou duas direç es?
Podemos distinguir, por um lado, argumentar, ordenar, prometer, sugerir e pedir, e por outro lado, oferecer, perguntar a alguém se deseja algo, e perguntar "sim" ou "n o"? Se a resposta é concedida, isso requer um segundo ato por parte do protagonista do primeiro ato. Austin afirma ser lugar comum da linguagem com que se expressam as conseqü ncias que isso n o pode ser incluído na parte inicial da aç o.

8. Que diferença observar entre "estar ligado a efeitos" do fato de "produzir efeitos"?
A primeira caracteriza o ato ilocucionário, enquanto que a segunda o ato perlocucionário. Austin diz que temos que distinguir aç es que possuem um objeto perlocucionário (convencer, persuadir) daquelas que simplesmente possuem uma seqüela perlocucionária. Assim, ao dizer "Tentei preveni-lo, mas só consegui alarmá-lo". O objeto perlocucionário de uma ilocuç o pode ser seqüela de outra. Conclui o autor que atos perlocucionários sempre t m seqüelas, mais do que objetos. Posso surpreender alguém por meio de uma locuç o, embora n o existam fórmulas ilocucionárias "Surpreendo-te por ...", "" Perturbo-te por "," Humilho-te por ...."".

9. Que outro traço define um ato perlocucionário?
A resposta ou seqüela que se obtém possa ser conseguida adicionalmente por meios n o-locucionários. Assim, posso intimidar alguém agitando um pedaço de pau ou apontando uma arma de fogo. Os atos perlocucionários podem (importa saber se sempre) obter suas respostas por meios n o convencionais.

10. E relativamente aos ilocucionários?
Austin responde que n o pode haver um ato ilocucionário a menos que os meios utilizados sejam convencionais, e portanto os meios para alcançar os fins de um ato desse tipo em forma n o verbal t m de ser convencionais. Mas é difícil saber onde começam e terminam as convenç es.

Um comentário:

pandorinpoeta disse...

valeu professora! Só vou tentar para não ficar com paranóias e querer fazer análise do discurso de todos.
To brincando.
Foi um prazer tê-la como professora.
www.pandorinpoeta.blogspot.com.br